O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, vai se reunir às 18h, desta segunda-feira (6), em Brasília, com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as três companhias brasileiras (Azul, Gol e Latam) para discutir um plano estratégico que agilize a liberação do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou mais cedo que o aeroporto está fechado por tempo indeterminado, enquanto a Fraport, administradora do aeroporto, divulgou uma nota em que coloca o dia 30 deste mês como data final da suspensão das operações.
As operações do Salgado Filho foram suspensas no último final de semana devido às fortes chuvas e inundações que atingem o Rio Grande do Sul.
O ministro explicou que o aeroporto ainda tem “muita água”, com problemas nas pistas, e que o quadro está sendo analisado para poder avançar. “Tem que esperar que a água baixe e, enquanto isso, estamos trabalhando em um plano estratégico para as companhias poderem ir para outros aeroportos para poder ajudar a população. São 12 aeroportos no Rio Grande do Sul, só um está fechado, na capital, e estamos tentando avançar em uma malha aérea estratégia”, afirmou o ministro, que esteve na inauguração da primeira fase da modernização do Cais da Gamboa no Rio.
Segundo Costa Filho, já foram disponibilizados em torno de R$ 16 milhões para o aeroporto Salgado Filho pela concessionária de Fortaleza. “Não vai faltar prioridade nossa e do Tribunal de Contas da União para ajudar a fazer com que essas obras aconteçam. Sabemos que este é um tema que impacta economicamente”, completou.
O ministro integrou a comitiva que acompanhou o presidente Lula no Rio Grande do Sul no domingo (6). Após visitas aos locais afetados, o governo anunciou um regime de emergência para atender as necessidades do Rio Grande do Sul. “Esta não é uma bandeira de esquerda ou de direita, ajudar o Rio Grande é uma bandeira do Brasil”, completou.
Situação do Porto de Rio Grande
Silvio Costa Filho confirmou que a atividade no Porto de Rio Grande, na cidade gaúcha de mesmo nome, está suspensa devido aos alertas de inundação, sem previsão de retorno. O porto é um dos maiores do Brasil, é a principal rota de escoamento da produção agrícola do Estado.
“Estivemos lá ontem, o porto está acima do nível [das águas] mas neste momento ele não está operando, estamos trabalhando para esperar a água baixar e ver qual foi o tamanho do dano causado”, afirmou o ministro na inauguração de reformas do Cais da Gamboa, no Rio.
A cidade de Rio Grande, no sul do Estado, está sob alerta de inundação grave e começou ontem a evacuar as áreas de maior risco. O município é banhado pela Lagoa dos Patos, que recebe cerca de dois terços dos rios gaúchos, com a única rota de vazão para o mar. A projeção é que a região seja afetada por toda a água represada na região metropolitana de Porto Alegre nos próximos dias.
“Já falei com o governador Eduardo Leite, vamos desenhar um investimento para o Porto, que cabe ao governo do Estado, mas é um compromisso do governo [federal] ajudar a melhorar a estrutura”, disse Costa Filho. O ministro integrou a comitiva que acompanhou o presidente Lula ao Rio Grande do Sul ontem (5).
O ministro também agradeceu aos principais operadores portuários do Brasil, que têm ajudado no escoamento da produção. Segundo ele, parte da estratégia logística do governo para envio de insumos médicos, alimentação, colchões, entre outros mais complexos estão sendo feitos a partir do Porto de Santos, do Porto do Rio de Janeiro e do Porto Itapoá.