Bolsas de NY exibem pouco impulso após feriado e Europa avança com decisões de BCs | Finanças

Redação
Por Redação

O apetite por risco em Wall Street é contido nesta quinta-feira, sessão seguinte ao feriado de “Juneteenth” nos Estados Unidos, que deixou os mercados em Nova York fechados. As bolsas oscilam próximas à estabilidade enquanto os rendimentos dos Treasuries sobem diante da postura conservadora de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Por outro lado, o pregão europeu foi bastante positivo após o surpreendente corte de juros do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) e sinalizações mais suaves do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). No entanto, a postura mais relaxada dos bancos centrais europeus penaliza as moedas do continente e fortalece o dólar.

Por volta de 13h10 (de Brasília), o Dow Jones tinha alta de 0,25%, a 38.930,65 pontos; o S&P 500 subia 0,02%, a 5.487,87 pontos; e o Nasdaq recuava 0,12%, a 17.840,10 pontos.

Já na renda fixa, a taxa da T-note de 2 anos subia a 4,746%, de 4,725% no fechamento de terça-feira (18). Na mesma comparação, o rendimento da T-note de 10 anos avançava de 4,227% a 4,273% e o do T-bond de 30 anos, de 4,357% a 4,409%.

No noticiário macroeconômico, o foco está em discursos de dirigentes do Fed. Há pouco, o presidente da distrital de Mineápolis do banco central americano, Neel Kashkari, reforçou a sua postura conservadora ao afirmar que a meta de inflação de 2% só será atingida em “um ou dois anos”. Mais tarde, o mercado vai acompanhar comentários dos presidentes do Fed de Richmond (Thomas Barkin) e San Francisco (Mary Daly).

Entre indicadores, os pedidos por seguro-desemprego nos Estados Unidos subiram para 238 mil na semana passada, 3 mil a mais que o esperado. Desta forma, o dado corrobora uma leitura de desaceleração do mercado de trabalho do país, ainda que a ritmo lento.

“Os riscos para o mercado de trabalho devem estar atraindo a atenção do Fed”, diz Ryan Sweet, economista-chefe para Estados Unidos da Oxford Economics. Segundo ele, o dado de seguro-desemprego sugere que a forte geração de empregos de maio não deve se repetir em junho e, embora a desaceleração do mercado de trabalho seja resultado de menos contratações até aqui, o enfraquecimento da demanda de empregadores pode aumentar a taxa de desemprego americana e abrir caminho para cortes de juros em breve.

Ao contrário do desempenho dos ativos americanos, os mercados europeus tiveram uma sessão de apetite guiado pelas decisões de política monetária de bancos centrais do continente. O índice Stoxx 600, que compila ações de 17 mercados da Europa, fechou em alta de 0,93%, a 518,91 pontos. As bolsas de Frankfurt e Paris subiram mais de 1%, enquanto a de Londres avançou 0,82%.

O SNB surpreendeu ao cortar os juros básicos da Suíça em 0,25 ponto percentual, a 1,25%. Além disso, embora tenha mantido a Taxa Bancária em 5,25%, o BoE sinalizou que o início do ciclo de flexibilização monetária está próximo, segundo James Smith e Chris Turner, do ING. Além de dois dos nove diretores do banco central britânico terem votado por um corte de 0,25 ponto, o comunicado e a ata da reunião de hoje foram mais suaves do que o mercado esperava, afirmam.

“O ponto principal aqui é que o BoE não está se comprometendo com nada. Mas está claro que o comitê está se aproximando do ponto de cortar os juros. Supondo que o próximo relatório de inflação, em meados de julho, não contenha nenhuma surpresa desagradável, ainda achamos que o BoE votará por um corte em agosto”, projetam Smith e Turner.

Ao passo em que a postura menos conservadora dos bancos centrais europeus impulsionou as bolsas europeias, moedas de economias locais sofrem contra o dólar hoje. A libra cedia 0,47%, a US$ 1,2660, neste começo de tarde, enquanto o franco suíço recuava 0,75%, a US$ 1,1222. O índice DXY do dólar, por sua vez, subia 0,35%, a 105,621 pontos.

Na contramão dos pares, a coroa norueguesa valorizava 0,26% ante o dólar após o Norges Bank, o banco central da Noruega, manter os juros em 4,5% e afirmar que eles devem continuar neste patamar por mais tempo.

Fonte: valor.globo.com